17 dezembro 2008

.'.deixa.

Aconteceu de novo.
De novo o mesmo sentido em outras palavras.
De novo minha vontade submetida a outros.
É como se não fosse capaz de decidir o que é bom ou ruim pra mim,
o que eu realmente mereço.
Como uma criança de 5 anos perguntando para os pais:

"já posso atravessar a rua? não tem mais carro?".
Do avesso. Me sinto do avesso!
Em todos os sentidos mais bizarros e ridículos dessa palavra.
Será que não sou capaz mesmo de atravessar tal rua?
O que há de tão errado?
Perguntei, mas a resposta foi a mesma... de novo, como sempre, a mesma.
Logo eu que valorizo tanto a liberdade em todas as suas formas,
percebo hoje que sou vista como a que a corrompe e a que tem o
poder de tirar de alguém essa liberdade.

Responsabilidade não é prisão!
Mas vai dizer isso pra quem nem sabe o que é responsabilidade... não adianta.

De repente um "quero te ver" vira um "mãos ao alto".
De repente um "saudades de você" vira um "não tem como fugir".
Me viram sempre de ponta cabeça, me bagunçam toda!
E minha verdade vai ficando ali, esquecida.
Então, me canso de explicar e tentar entender.
Deixo eles pensarem que quero namorar, casar e ter filhos.
Deixo pensarem que sou a mulher mais séria desse mundo e que
mereço alguem muito melhor que eles.
Deixo pensarem tudo isso, enquanto eu mesma me convenço que,
na verdade, a unica coisa que quero é estar junto, curtir e depois dar tchau.


(...)

ah! E essa rua que ninguém me deixa atravessar...


por verônica - 17.12.08!

11 dezembro 2008

A loucura e eu.

Aí, fico aqui.
Escutando a chuva lá fora e essas músicas de amor que mais parecem facas afiadas me atingindo.
Não sobra nada pra mim, sobre mim, de mim.
Aí, fico aqui.
Fechando os olhos só pra poder construir o melhor cenário, só com você e eu.
Fantasio palavras que talvez nunca diga, situações que talvez nunca existam, coisas que talvez nunca faça com você. Talvez, talvez, talvez, talvez... queria mesmo era sair desse cenário.
Confesso que nem sei mais aonde você está em mim, mas queria ter o poder de te tirar.
Não, não dói. E me disseram que amor dói demais às vezes, então não é amor.
Chegou, passou, voltou. E me disseram que paixão é passageira, então não é paixão.
É uma loucura insaciável de você. Loucura sem nome, desvairada. Loucura solitária, que não divide e nem soma. Loucura egoísta, só minha. Se te entregar a loucura toda, ela pode te assustar, se desfazer, sair de mim... Então, não te entrego.
Aí, fico aqui.
A chuva passa, as músicas chegam ao fim, mas a loucura...
a loucura não, essa fica, ela sempre fica.

(...)


por verônica - 11.12.08!

02 dezembro 2008

Levantei.

E enquanto pintava minhas unhas, conversava qualquer coisa com a manicure. Coisas fúteis, rotinerias e de senso comum. Nada que me deixasse mais ou menos inteligente. E apesar de não gostar muito de conversas 'vazias', admito ser necessário se tratando de pessoas com idéias e pensamentos tão complexos quanto os meus. Mas, tudo bem, ser comum às vezes faz bem!
Coloco uma música pra tocar. A mesma que escutei durante a semana toda, bem mais de uma vez por dia. Acho que faço isso porque sei que, quando enjoar, nunca mais vou escutar.
Lembrei de você. Pensei que talvez você também pudesse gostar dessa música (...)
Fui pra minha aula (dança do ventre). E descobri que dançar pode ser a maneira mais prazerosa e cansativa de me sentir linda e confiante. E nas exatas duas horas e meia que fiquei por lá, foi assim que me senti. Até cheguei a ter a certeza de que não te queria mais. Perfeito isto seria, se não fosse mentira. Porque assim que essas duas horas e meia de aula acabaram, voltei a ser feia, insegura e continuei te querendo...
Noite.
Não é que até minha dor de barriga quase imaginária nem aconteceu!
Talvez por não ter nada novo à minha espera. E não ansiando nada, nem dor consigo sentir.
Assisti o show, cantei, gritei... E por esse tempo, nenhum pensamento em você.
Depois, sosseguei. E confesso ter achado muito estranho isso.
Vi minhas amigas dançando, várias pessoas falando qualquer bobagem, namorada querendo chamar atenção do namorado, mulheres dançando sozinhas, casais se esfregando... E não senti vontade de nada disso. Quando dei por mim, estava sentada em um sofá lindo e sozinha. Sim, sozinha. Em meio àquelas pessoas todas. Imaginei nos tempos antigos, onde vendo uma 'dama' assim o cavalheiro logo a chamaria pra dançar. Mas logo caí em mim, quando percebi que a música que rolava era um 'funk nervoso', como dizem.
Pensei em você. Imaginei você me tirando dali e me levando para as suas baladinhas mais alternativas, um bar qualquer, qualquer lugar...

(...)

E no fim, descubro que TUDO acaba em você.


por verônica - 30.11.08!